A batalha Final

22/05/2011 21:02

A batalha final

“O príncipe deste mundo já está julgado e condenado” (Jo 16,11)

A batalha final: o arcanjo Miguel luta contra Lúcifer e seus sequazes

Na alegoria das Sagradas Escrituras Deus fala à serpente:

“Eu porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a sua descendência e tu serás esmagada pelo seu calcanhar”. (Gn 3,15).

O que significa dizer que o mal teria descendência. Do mesmo modo, o Bem teria descendência. E é através do poder da mulher que o mal será esmagado.

Vivemos agora a hora do Maligno porque, embora o bem tenha o seu dia, o mal tem a sua hora. No horto das Oliveiras, quando o inimigoestava prestes a extinguir a Luz do mundo, Nosso Senhor assim o afirmou:

“Esta é a tua hora e o poder das trevas.” (Lc 22,53). (1)

São Luís Maria Grignion de Montfort previu que no futuro as forças do mal se concentrariam intensamente sobre os devotos de Maria Santíssima

São Luís Maria Grignion de Montfort. Nasceu em França, 1673 e morreu em 1716, aos 43 anos

São Luís Maria Grignion de Montfort, autor do Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, verdadeiro sacerdote servo de Maria e de quem recebeu a graça de Sua visita, previra que, no futuro, as forças do mal se concentrariam intensamente sobre os devotos de Maria Santíssima.

Mas ele também previu que uma legião de bravos e destemidos soldados de Jesus e de Maria, de ambos os sexos, se levantariam assumindo a condição de “trabalhadores da última hora” para combater a presença do inimigo no mundo e a natureza corrompida, nos tempos perigosos que viriam (que estamos vivendo), e como jamais houve. (2)
 

Segundo Montfort, a humildade de Maria se opõe frontalmente ao orgulho do arcanjo caído, uma vez que a razão de sua queda está no orgulho. É a humildade de Maria que torna imensurável Seu poder sobre Satanás e suas hostes do mal.

Nenhum ser na terra possuiu a humildade de Maria Santíssima.

“E, entrando o anjo aonde ela estava, disse: Salve, bem-aventurada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres"

Ao receber a visita do anjo, contrariamente à “iluminada” mentalidade arrogante dos adeptos gnósticos e panteístas da “nova era”, em Sua profunda humildade, Maria se perturba com a saudação que o Céu lhe dirige

Quando Ela recebe a visita do Céu, através do arcanjo Gabriel, não é Maria quem se curva ao embaixador divino, mas o contrário: é o Céu que a Ela se curva, bendizendo-A na saudação do anjo:
 

“E, entrando o anjo aonde ela estava, disse: Salve, bem-aventurada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres. E, vendo-o ela, turbou-se muito com aquelas palavras, e considerava que saudação seria esta”. (Lc 1,28-29).

Contrariamente à “iluminada” mentalidade arrogante dos adeptos gnósticos e panteístas da “nova era”, em Sua profunda humildade, Maria se perturba com a saudação que o Céu lhe dirige.

Quis o Senhor que em Maria a Humanidade alcançasse seu ápice. Na concepção de Maria, Deus realmente nos visitou e permitiu-Se fazer homem, servindo-Se da pureza de Seu seio. Naquele instante, a terra adentrava o céu e o céu descia à Terra na encarnação de Jesus, o Filho do Deus Vivo.

Eis um verdadeiro mistério que a bruxuleante luz da razão não pode alcançar. Mas somente a alma que se abandona na contemplação silenciosa da imensidão do Amor de Deus.

Por isso o amor cria e nasce do silêncio.

O eloquente silêncio de Maria
 

Uma mãe terrena contempla os olhos de seu filho e vê aquilo que para ela é o que há de mais precioso no mundo. Mas que via Maria, ao contemplar os olhos do seu Menino, senão o próprio Paraíso?

A respeito desse silêncio quase impossível em nossos dias, Fulton Sheen, refletia:

“Mas se o amor cria silêncio, como devia ser silenciosa a Mulher que durante nove meses, qual cibório, teve o privilégio de trazer em si mesma Aquele que do mundo é Hóspede e Dono? Uma mãe terrena contempla os olhos de seu filho e vê aquilo que para ela é o que há de mais precioso no mundo. Mas que via Maria, ao contemplar os olhos do seu Menino, senão o próprio Paraíso? Brincar com os dedinhos dos quais caíram planetas e mundos; olhar os lábios que repetem o eco da sabedoria imutável da eternidade; acariciar os pés que um dia serão perfurados com cravos de ferro por amor dos homens — tudo isto inspira silêncio, pelo receio de perder um gesto ou uma sílaba. Afinal, entre o Criador e a criatura, não há outra linguagem além da do silêncio”. (3)

E é nesse mesmo silêncio que Jesus, o Verbo de Deus encarnado, mantém-se durante trinta anos em estreita obediência à Sua mãe, preparando-Se ao Seu lado para o supremo sacrifício.

Ao ser chamado por Jesus, o apóstolo Paulo submete-se a um prolongado silêncio de três anos, onde na solidão busca desfazer-se do “homem velho”

O apóstolo Paulo, que provavelmente conhecia a fundo os intricados escaninhos do Judaísmo, suas conspirações e “tradições”, ao ser chamado por Jesus, submete-se a um prolongado silêncio de três anos onde, na solidão, buscou desfazer-se do “homem velho” para só assim alcançar a compreensão da mensagem do Senhor

O apóstolo Paulo, que provavelmente conhecia a fundo os intricados escaninhos do Judaísmo, suas conspirações e “tradições”, ao ser chamado por Jesus, submete-se a um prolongado silêncio de três anos, onde na solidão buscou desfazer-se do “homem velho” para só assim alcançar a compreensão da mensagem do Senhor. E, somente a partir de então, por Ele viver e também morrer. É o próprio apóstolo quem relata esse período de desfazimento de si mesmo:

“Asseguro-vos saber, irmãos, que o evangelho pregado por mim não é conforme critérios humanos. Com efeito, não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas por revelação de Jesus Cristo. Certamente ouvistes falar como foi outrora a minha conduta no Judaísmo, com que excessos perseguia e devastava a igreja de Deus e como progredia no Judaísmo mais do que muitos judeus de minha idade, mostrando-me extremamente zeloso pelas tradições paternas. Quando, porém, Aquele que me separou desde o ventre materno e me chamou por sua graça, se dignou revelar-me o seu Filho, para que eu o pregasse entre os pagãos, não consultei nem carne nem sangue nem subi, logo, a Jerusalém para estar com os que eram Apóstolos antes de mim. Pelo contrário, parti para a Arábia, depois, voltei ainda a Damasco. Três anos mais tarde, fui a Jerusalém para conhecer Cefas e fiquei com ele quinze dias. E não estive com nenhum outro apóstolo, a não ser Tiago, o irmão do Senhor”. (Gl 1,11-19).

A silenciosa presença de Maria está presente em todos os essenciais momentos do nascimento e da progressiva história da Igreja de Jesus

Maria Santíssima, em Sua humildade, está presente em todos os essenciais momentos do nascimento da Igreja de Jesus. É Ela mesma quem acolhe na pureza de Seu seio e dá forma ao Verbo que se faz carne

O Criador reservara a Maria Santíssima, desde o princípio, o decisivo papel de esmagar, com Sua humildade, pureza e obediência, a cabeça da serpente luciferiana do mal.

Por isso, Maria Santíssima, em Sua humildade, está presente em todos os essenciais momentos do nascimento da Igreja de Jesus. É Ela mesma quem acolhe na pureza de Seu seio e dá forma ao Verbo que se faz carne.

É Maria quem apresenta Seu recém-nascido ao Templo, conforme os preceitos israelitas, e onde recebe, do velho Simeão, o terrível vaticínio de que uma espada que Lhe transpassaria o coração.

É também Maria, que segundo a tradição cristã, sempre fora versada nas Escrituras e serva no Templo de Deus, quem educa Aquele que é o Seu próprio salvador.

Por Sua solicitude maternal às dificuldades humanas, é Maria quem suplica a Seu Filho, nas bodas de Caná, para que Se auto-revele aos discípulos, através da transformação da água em vinho.

É Maria quem se mantém de pé ante a cruz, sem se revoltar com a maldade dos homens, nem contra os desígnios de Deus, e oferece Seu preciosíssimo Filho em holocausto pelos pecados do mundo. E na pessoa do discípulo João, torna-se Mãe de toda humanidade, por última recomendação de Seu Filho.

“Ora Jesus, vendo ali sua mãe, e que o discípulo a quem ele amava estava presente, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe”. (Jo, 26-27)

É em torno de Maria que se reune a Igreja nascente, com os discípulos em oração por ocasião da vinda do Espírito Santo, no dia de Pentecostes.

É Maria Santíssima quem durante quase dois mil anos tem sido a “consoladora dos aflitos”, o “refúgio dos pecadores”

Segundo estudo do teólogo René Laurentin, ao longo da história da Igreja Católica, a Virgem Maria Se manifestou 2.450 vezes exortando aos homens a se voltarem para a salvação sempre disponível de Seu Filho

É Maria Santíssima, a criatura humana incomparável que desde os primeiros anos do Cristianismo, manifesta-se espiritualmente aos Apóstolos e mártires que regaram a terra com o sangue do sacrifício de seus testemunhos.

É Maria Santíssima quem durante quase dois mil anos tem sido a “consoladora dos aflitos”, o “refúgio dos pecadores”... mas também a “estrela guia”, a “protetora” de todos os santos e heróis anônimos da cristandade. Segundo estudo do teólogo René Laurentin, ao longo da história da Igreja Católica, a Virgem Maria Se manifestou 2.450 vezes.

E ainda é Maria Santíssima quem continua a unir o céu e a terra, através de Suas aparições e mensagens pelo mundo, chamando à humanidade descrente de volta a Seu Filho Jesus, afirmando que Ele, e apenas Ele, continua sendo a única via de salvação e redenção.

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Fontes consultadas:

1 - SHEEN, Fulton J. Nossa Senhora. p. 168. Edições Paulinas. 1956.

2 - MONTFORT, São Luís Maria Grignion de Montfort. Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem. pp. 112-113. 34ª ed. Editora Vozes. 2005.

3 - MONTFORT. op. cit. pp. 112-113.

4 - SHEEN, Fulton J. Nossa Senhora. pp. 100-101. 3.ª ed. Edições Paulinas. 1956.

 

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