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A Espantosa realidade do Inferno - Vista de 1922

 

A ESPANTOSA REALIDADE DO INFERNO EXPERIMENTADA, EM ESPÍRITO, POR SOROR

JOSEFA MENENDES DE JESUS. (Religiosa espanhola, falecida em 1923).

 

Sóror Josefa escreveu muito sobriamente sobre este assunto. Só o fez por obediência e para entrar

nos Desígnios de Nosso Senhor, como lhe dissera a Santíssima Virgem, no dia 25 de outubro de l922:

- “Tudo o que Ele (Deus) permite que vejas ou que sofras das penas do inferno é... para que o dês,

a saber, às tuas Madres, sem pensar em ti, mas unicamente para Glória do Coração de Jesus e para

salvação de muitas almas”.

Alguns extratos destas notas foram citados na presente biografia (Capítulo V, entrada nas trevas de

além-túmulo). Aqui vão muitas outras.

Nota Josefa, em primeiro lugar e freqüentemente o maior tormento do inferno: NÃO PODER AMAR.

me resta outra coisa senão ódio e desespero.

- Se algum de nós, que aqui estamos, pudesse fazer um só ato de amor, isto já não seria

inferno!... Mas não podemos; nosso alimento é odiar e abominar! (23/03/22)

É ainda uma dessas desgraçadas almas quem fala:

- O maior tormento aqui é não poder amar Aquele que devemos odiar. A fome de amor nos

consome, mas é tarde demais... Tu também sentirás esta mesma fome: odiar, abominar e

desejar a perdição das almas... É este o nosso único desejo! (26/03/22)

Josefa escreve o seguinte, por obediência, e apesar das repugnâncias de sua humildade:

“Todos estes dias em que sou arrastada ao inferno, quando o demônio ordena aos outros que me

martirizem, eles respondem:“Não podemos... Seus membros já foram martirizados por Aquele...

(designam a Nosso Senhor com uma blasfêmia). Então ele manda que me dêem enxofre a

beber... Reparai também que, quando eles me acorrentam para me levar ao inferno, nunca podem atar

me pelo lugar em que usei instrumentos de penitência. Tudo isto escrevo para obedecer: (0l/04/22)

Também nota Josefa as acusações com que a si mesmas se increpam aquelas almas infelizes.

Alguns rugem pelo martírio que sofrem nas mãos. Penso que roubaram porque dizem: Onde está o que

tiraste?... Malditas mãos!... Por que aquela ambição de ter o que não era meu e que não poderia

guardar... senão alguns dias?... Outros acusam as próprias línguas, os próprios olhos... Cada um aquilo

que lhe havia sido motivo de pecado: “Bem pagas estão agora as delícias que tomavas, meu corpo!... e

foste tu que quiseste!... (02/04/22)”.

Parece que as almas se acusam principalmente de PECADOS CONTRA A PUREZA, DE ROUBOS, DE

NEGÓCIOS INJUSTOS e que a maioria dos condenados por estas causas é que estão pagando.

(06/04/22). Vi muita gente do mundo cair naquele abismo e não se pode explicar, nem compreender o

grito que lançavam e como rugiam assustadoramente.

- Eterna maldição!... Enganei-me, perdi-me... Estou aqui para sempre... não há mais

remédio... Maldito sejas!

Alguns culpavam tal pessoa, outros tal circunstância e todos a ocasião da sua própria queda (Setembro

de 1922). Hoje vi cair no inferno grande número de almas, creio que eram pessoas do mundo. O

demônio gritava: ”Agora o mundo está em ponto de bala para mim... Conheço o melhor meio de agarrar

as almas!... É excitar nelas desejos de gozar! Eis o que me garante a vitória, o que as traz aqui em

abundância” (04/10/22). Ouvi o demônio ao qual uma alma acabava de escapar, forçado a confessar a

sua impotência: “Confusão! Confusão!... Como escapam tantas almas?... Eram minhas!... (e ele lhe

enumera os pecados)!”( 01/01/23).

Na noite passada, não estive no inferno, mas fui carregada para um lugar onde não havia luz, somente

um fogo ardente e vermelho no centro. Fui estendida e amarrada, sem poder fazer um só movimento.

Em volta de mim, estavam sete ou oito pessoas sem roupa, e os corpos negros eram iluminados apenas

pelos reflexos do fogo. Estavam sentados e falavam.

Dizia um: “É preciso grande precaução a fim de que não conheçam nossa mão, pois, somos facilmente

O demônio respondia: “Podeis entrar pelo sentimento de indiferença... Sim, creio que a estes,

dissimulando-vos a fim de que não percebam, podeis torná-los indiferentes ao bem e ao mal e, pouco a

pouco, inclinar a sua vontade para o mal. A esses outros, tentai-os com ambições; que só procurem os

seus próprios interesses... o aumento da fortuna sem se inquietarem se é ou não legítima. Excitai

naqueles o amor do prazer, a SENSUALIDADE. Cegue-os o vício (Então ele dizia palavras obscenas).

Aqueles outros... entrai-lhes pelo coração. Sabeis para onde se inclinam os corações. Ide... Ide... com

firmeza!... que eles se apaixonem... Trabalhai sem repouso, sem pena, é preciso perder o mundo... não

me escapem essas almas!”

Os outros respondiam, de vez em quando: “Somos teus escravos... trabalharemos sem descanso. Sim,

muitos nos combatem, mas nós trabalharemos dia e noite, sem trégua. Reconhecemos teu poder... Etc”

Assim, todos falavam e aquele que creio ser o demônio dizia horríveis palavrões. Ouvi ao longe um

ruído, como de taças e de copos e ele gritava: “Deixai-os embriagarem-se, depois tudo nos será fácil..

Acabem seu banquete, já que tanto gostam de gozar. É a porta pela qual entrareis”. Acrescentou coisas

tão horríveis que não se podem dizer nem escrever. Depois como que mergulhando na fumaça,

desapareceram (03/02/23).

O demônio gritava com raiva por que uma alma lhe escapava: “Excitai-lhe o temor! Desesperai-a. Ah!

Se ela confiar na Misericórdia Daquele (e blasfemava de Nosso Senhor) estou perdido! Mas, não! Encheia

de medo, não a deixeis um só instante e, sobretudo desesperai-a”.

Então, o inferno se encheu com um só grito de raiva e, quando o demônio me lançou fora do abismo,

continuou a ameaçar-me. Dizia, entre outras coisas: “Será possível... será verdade que criaturas fracas

tenham mais poder do que eu que sou tão poderoso! Mas esconder-me-ei para passar despercebido!...

O cantinho mais pequeno me basta para colocar uma tentação: Atrás de uma orelha, nas folhas de um

livro, de baixo de uma cama... algumas não fazem caso de mim, mas eu falo, falo... a custa de falar

ficam algumas palavras... Sim, hei de esconder-me em lugar onde não me encontrem (7-8 de fevereiro,

1923)

Josefa nota ainda, voltando do inferno: Vi caírem muitas almas. Entre elas, uma menina de 15 anos que

amaldiçoava os próprios pais, porque não lhes haviam ensinado o temor de Deus, nem que existia o

inferno. Dizia que sua vida, embora curta, tinha sido cheia de pecados, porque se considera a si mesma

todas as satisfações que seu corpo e suas paixões exigiam dela. Acusava-se principalmente de ter lido

maus livros (22 de março, 1923). Ela escreve ainda: Certas almas amaldiçoavam a vocação que tinham

recebido e à qual não haviam correspondido... a vocação que haviam perdido, por que não tinham

querido viver escondidas e mortificadas (18 de março, 1922).

Uma vez em que fui ao inferno, vi muitos padres, religiosos e religiosas que amaldiçoavam seus Votos,

suas Ordens, seus Superiores, e tudo o que teria podido dar-lhes a luz e a graça que haviam perdido...

Vi também prelados... Um se acusava a si mesmo de ter usado ilegitimamente de bens que não lhe

pertenciam (28 de setembro, 1922). P

Padres amaldiçoavam a própria língua que consagrara, os dedos que tocaram em Nosso Senhor , as

absolvições que haviam dado sem saberem salvar-se a si mesmos, a ocasião que os havia levado ao

inferno... (6 de abril, 1922).

 

 

 

 

Um padre dizia: “Comi veneno, servi-me de dinheiro que não me pertencia...” e se acusava de ter usado

o dinheiro que lhe haviam dado para missas, sem as dizer. “Outro dizia que pertencia a uma sociedade

secreta na qual traíra a Igreja e a religião e que, por dinheiro, facilitara horríveis sacrilégios e

profanações”.

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Como nas descidas precedentes ao inferno, Josefa não acusa em si pecado algum que tenha podido

conduzi-la a tal desgraça. Nosso Senhor só quer que ela experimente as conseqüências, como se ela

própria as tivesse merecido.

Continua ela: Instantaneamente, achei-me no inferno, mas sem ter sido arrastada como das outras

vezes. A alma aí se precipita por si mesma, como se desejasse desaparecer da vista de Deus para poder

odiá-lo e amaldiçoa-Lo! A minha alma deixou-se cair num abismo cujo fundo não se pode ver, pois, é

imenso!... Imediatamente, ouvi outras almas se regozijarem vendo-me nos mesmos tormentos. Ouvir

aqueles horríveis gritos já é um martírio, mas creio que nada é comparável em dor à sede de maldição

que se apodera da alma e, quanto mais maldizemos, mais aumenta a sede. Nunca tinha experimentado

aquilo. Outrora, a minha alma ficava cheia de dor diante daquelas horríveis blasfêmias, embora não

pudesse produzir nem um ato de amor. Mas, hoje se dava o contrário! Vi o inferno como sempre, longos

corredores, cavidades, fogo... ouvi as mesmas almas a gritar e a blasfemar, pois - como já escrevi

muitas vezes – embora se vejam as formas corporais, sentem-se os tormentos como se os corpos

estivessem presentes e as almas se reconhecem. Gritavam “Olá, aqui estás! Como nós!... Éramos livres

de não fazer aqueles votos (religiosa)!... mas agora... e maldiziam seus votos”.Então fui empurrada

para aquele nicho inflamado e esmagada como entre duas tábuas ardentes e como se ferros e ponta em

brasa se me enfiassem no corpo.

Aqui Josefa torna a descrever os múltiplos tormentos que não lhe poupam um só membro. Senti como

se quisessem, sem o conseguir, arrancar-me a língua, tormento que me reduzia a extremos de dor. Os

olhos pareciam sair-me das órbitas, creio que por causa do fogo que tanto os queimava! Não havia uma

só unha que não sofresse horríveis tormentos. Não se pode nem mover um dedo para buscar alívio,

nem mudar de posição, o corpo fica como que achatado e dobrado pelo meio. Os ouvidos são

acabrunhados com os tais gritos de confusão que não cessam um só instante. Um cheiro nauseabundo e

repugnante asfixia e invade tudo; é como se carne em putrefação estivesse queimando com piche e

enxofre... mistura que não se pode comparar a coisa alguma deste mundo.

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Tudo o que estou escrevendo, conclui ela – não é senão uma sombra ao lado do que a alma sofre, pois,

não há palavras que possam exprimir tormento semelhante (4 de setembro, 1922).